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O Boavista reiterou hoje críticas recentes associadas à implementação do cartão do adepto no acesso a setores específicos dos estádios, a quatro dias da visita ao Benfica, em encontro da sexta jornada da I Liga de futebol. |
Além de ter "obviamente recusado" bilhetes para zonas do estádio "em que não seria possível garantir as condições mínimas de segurança" dos seus adeptos, a direção do Boavista devolveu ainda "todos os bilhetes protocolares disponibilizados pelo Benfica".
"Nada nos move diretamente contra o Benfica, que nos informou ter feito todos os possíveis para garantir a presença de adeptos do Boavista na Luz. Estamos contra leis que marginalizam o futebol na comparação com todos os outros espetáculos. Em defesa dos nossos adeptos, passamos, por isso, a estar obrigados a aplicar a todos os clubes as mesmas regras que nos forem impostas nos jogos ocorridos nos seus estádios, de forma a agirmos com reciprocidade nas partidas realizadas no Estádio do Bessa", frisaram.
A administração presidida por Vítor Murta questiona "qual é a vantagem para o futebol português de privar os adeptos de assistirem a um jogo em que vai participar a sua equipa", defendendo que a segurança dos adeptos "não ganha de certeza com isto".
"Mais: numa altura em que todos lutamos, e bem, para que os espetáculos de futebol sejam cada vez mais atrativos, de forma a incentivar a presença dos adeptos nos estádios, sobretudo após um ano particularmente difícil para todos devido à pandemia, que sentido faz privar as famílias de assistirem a um jogo de futebol?", apontam.
Mencionando o desejo do Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, em ver um setor "cada vez mais profissional" e internacionalizado "através da centralização dos direitos televisivos", o Boavista recorda que "a presença de todos os adeptos em estádios" desde o início da época tem sido impedida por "leis absurdas".
Válido por três anos e em vigor a partir desta época, o cartão pode ser requisitado por qualquer pessoa acima dos 16 anos e concede acesso em competições profissionais ou consideradas de risco elevado a zonas geralmente associadas à presença de claques e destinadas à utilização de bandeiras, tarjas, instrumentos sonoros e outros acessórios.
Segundo uma nota divulgada pelo Governo há um ano, a nova medida vai favorecer "o registo e a identificação dos seus titulares para efeitos de dimensionamento e de gestão do acesso às zonas com condições especiais de acesso e permanência de adeptos".
O cartão, cuja aplicação foi adiada uma época devido aos efeitos da pandemia de covid-19 e efetivou-se em 2021/22, ajudará ainda "à verificação em tempo útil das decisões judiciais e administrativas que impeçam determinadas pessoas de aceder aos recintos".
O Boavista, quinto, com os mesmos oito pontos do Sporting de Braga, visita o Benfica, líder isolado, com 15, na segunda-feira, às 19:00, no Estádio da Luz, em Lisboa, em partida da sexta jornada, com arbitragem de Hugo Miguel, da associação de Lisboa.